O LOBÃO VAI TE PEGAR

globo internet

 

A par das manifestações políticas que vêm acontecendo e da crise econômica por que passa o país, achei interessante, a partir de um post em minha timeline, debruçar-me sobre a crise da comunicação. O post dizia: “Avisa a Globo … que em 64 não tinha Internet”.

Sabemos todos que a Internet revolucionou a forma das pessoas se comunicarem e abriu espaço para que todos, absolutamente todos, pudessem veicular suas opiniões, posições, pensamentos e notícias.

Se, conforme Umberto Eco, deu voz aos imbecis, o que é verdade, por outro lado, acabou com exclusividade de uns poucos em dar informações e com isso formar opiniões a seu bel prazer.

Dependente das verbas publicitárias em sua totalidade, os veículos de comunicação assistem à migração destas em direção à mídia digital.

Pouco se faz para reduzir o impacto desse processo. Jornais limitam-se a reproduzir sua versão escrita em meios digitais e, o que é pior, no mesmo ritmo. As TVS procuram, cada vez mais, sensacionalizar a programação em busca da audiência que, destarte todo esse esforço, continua despencando.

No caso específico da crise política e da Rede Globo de Televisão, acredito que a alta direção da empresa já questiona o acerto da decisão tomada de entrar de cabeça contra o PT. O “golpe” que eles julgavam que seria fácil de se concretizar está se mostrando mais complexo.

A incitação do Jornal Nacional para as pessoas irem às ruas protestar contra a nomeação de Lula como ministro, levou meia dúzia de gatos pingados para a frente da FIESP, sendo boa parte deles funcionários da instituição e coagidos pelo seu chefe a ali permanecer, tudo regado à filet mignon.

A seletividade na cobertura dos eventos, deixando de lado o objetivo de informar e firmando-se no objetivo de conduzir, encontra críticas até dos próprios funcionários da emissora. A meu ver, isso não é jornalismo, é safadeza.

E aí vem o mais grave, para eles é claro, cientes disso, o povo, a população busca se informar e se divertir também, cada vez mais na Internet, o que já vem se tornando um hábito. Todos os estudos mostram que o tempo à frente da televisão vem caindo e em contrapartida o tempo navegando na rede aumentando.

E pronto, está formado o Círculo Vicioso que sabe lá onde levará os atuais veículos de comunicação que resistem às mudanças.

É o chamado efeito Lobão. Só eles não percebem.

 

Carlos Freire é graduado em Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo, especialista em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas, Especialista em Marketing e Educação Ambiental, MBA pela Amana Key de São Paulo e mestre em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade da Amazônia (UFAM). Atualmente é Diretor Executivo da Assessoria Comunicação e Marketing Manaus/ AM e professor universitário.

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