Para que serve um consultor?

Consultoria

Nas diversas culturas empresariais, encontramos aqueles que acreditam que consultor é o indivíduo que tem a       solução pronta para todos os tipos de problemas e, por isso, seguem à risca suas determinações. Outros, por sua vez, são céticos e acreditam que os consultores são um mal necessário e os contratam para cumprir ritual, fazendo questão absoluta de não seguir nenhuma de suas orientações.

De minha parte, e na condição de consultor, digo que nem tanto ao mar e nem tanto à terra.

O primeiro passo para a contratação de um consultor, assessor ou qualquer coisa que o valha é a convicção, por parte do alto escalão, de que alguma coisa deve ou precisa mudar na empresa.

A partir daí, é de bom agouro que haja o reconhecimento de que existem pessoas que podem agregar algum valor ao dia a dia empresarial, seja por seu conhecimento, vivência e/ou competência.

Selecionar dentre as inúmeras opções que o mercado de consultorias oferece, desde consultores independentes até empresas multinacionais, é a tarefa seguinte. Neste ponto é necessária muita capacidade de discernimento e perfeita consciência do quê se espera do serviço de consultoria e onde se pretende chegar com este trabalho.

No que se refere a honorários existe, também, variações enormes entre as consultorias e o importante é atentar que este é o tipo de serviço que não se pode escolher exclusivamente pelo preço.

Formalizado o contrato, estabelece-se uma parceria entre empresa e consultor, na qual a troca de informações e conhecimento tem que ser, obrigatoriamente, profunda, permanente e transparente. Esconder informações do consultor é o mesmo que enganar o médico. Vai interferir no diagnóstico e, por conseqüência, no tratamento e na cura.

Não existe consultor que saiba tudo, como também não existe empresa que não necessite de nada. Por isso, entregar todo o futuro da empresa nas mãos do consultor é tão errado quanto simplesmente deixar de lado todas suas sugestões.

O que ocorre, ou deveria ocorrer, é um processo de construção conjunta de uma nova realidade interna e externa para a empresa, mexendo, revendo, revisando, alterando suave ou profundamente suas estruturas, em busca de um resultado do qual, ambas as partes já têm perfeito conhecimento antes do início dos trabalhos.

Finalmente, as consultorias, assessorias ou qualquer outro nome que se dê, devem ter início, meio e fim com prazos pré estabelecidos, acordados e cumpridos. Consultorias intermináveis não dão bons resultados.

Existem dois provérbios chineses que gostaria de citar e que dizem:

“…se você quer que as coisas aconteçam de forma diferente é necessário que você as faça diferentes”

“ se queres que lhe mate a sede, deves, ao menos, trazer o copo”.

Artigo publicado originalmente no portal cabugi.com em 28/01/2002

31/03/2013