A importância da Visão Empresarial

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A Importância da Visão Empresarial

Artigo publicado originalmente em cabugi.com em 31/03/2004 

Margareth Wheatley, principal consultora em gestão empresarial da atualidade, em seu livro Liderança e a Nova Ciência, faz menção à importância da Visão Empresarial. Classifica até como mais importante que a própria missão, pelo horizonte de longo prazo que contempla.

Na prática fica bastante evidente ao que a autora se refere. Saber onde se quer chegar é fundamental para direcionar os passos. Pensar sempre no curto prazo tem como conseqüência a mediocrização das ações.

Aliás, a ausência de um pensamento sistêmico, holístico, quântico na gestão de empresas tem sido um dos grandes contribuintes para o desaparecimento delas.

Vem daí que, a empresa que olha apenas o curto prazo torna-se medíocre e aquela que contempla apenas o longo prazo finda sonhadora. O remédio tem nome: planejamento.

Fluxo de caixa é decorrente de ações de curto prazo. Imagem institucional e marca são frutos de ações de longo prazo. O alinhamento entre essas ações, o principal vetor de sucesso permanente. São ações conflitantes e, portanto, que merecem muita atenção.

Tecnicamente, a realização e o patrocínio de eventos são as ações que mais contribuem para a construção e manutenção da imagem e da marca. Isso porque têm uma definição de público bem mais acurada, possibilitando maior acerto no tiro. Além disso, quando se realiza ações deste tipo mexe-se com a emoção do público o que reforça ainda mais a presença da marca naquela situação.

Com toda essa eficiência, imaginem se a empresa começa a decidir erradamente o tipo de evento a que irá unir sua marca e imagem ou mesmo não deixe claro ao mercado qual a cara que quer ter, externando falta de coerência. O que acontece é que toda essa eficiência mencionada no parágrafo anterior passa a trabalhar contra a realizadora e/ou patrocinadora. Não existe fluxo de caixa que justifique essa perda, a alta conta resultante deste equívoco será fatalmente cobrada pouco mais à frente. E, estejam certos, o resultado de caixa será bem negativo.

Em grande parte, a falta de visão é a culpada por tudo isso, a ansiedade de curto prazo, aquela mesma que matou a galinha em busca de uma infinidade de ovos.

Outro grave problema resultante da falta de visão está na desatenção com os recursos humanos, notadamente nas empresas prestadoras de serviços.

A principal característica dos serviços é a simultaneidade entre produção e entrega, o que impossibilita a correção das imperfeições. Assim, contar com talentos e criar condições para que tais talentos se manifestem, reduz em muito o risco de insatisfação dos clientes.

No entanto, mais uma vez o curto prazo, como aquele diabinho no ombro, grita para dirigentes e executivos: “reduz a folha, abaixa os salários, ninguém é insubstituível, troque um bom por dois mais ou menos”. E alguns dirigentes e executivos escutam e executam. Mais uma vez a mediocrização surge imponente e destruidora.

Wheatley, do alto de sua competência e conhecimento sabe exatamente onde colocar o foco da atenção em busca do sucesso de curto e longo prazo. Aqueles que acreditarem que copiem e sucesso.

Prazer em revê-los. Fui!

 

Carlos Freire é graduado em Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo, especialista em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas e MBA pela Amana Key de São Paulo. Especialista em Educação Ambiental e Mestre em Ciências do Ambienta e Sustentabilidade da Amazônia. Atualmente é Diretor Executivo da Assessoria Comunicação e Marketing em Manaus AM e professor universitário.